126ª Questão: Bater peça em relógio
15/03/2013 - 22:36
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Pergunta: Brancas acionam o relógio utilizando a peça capturada. É normal este procedimento?
Resposta: Claro que não é normal. O ritual de captura de uma peça e complementação do lance mediante o acionamento do relógio está perfeitamente definido nos artigos 4.6a, 6.7a e 6.7b da Lei do Xadrez.
4.6a A jogada é considerada como efetuada no caso de uma captura, quando a peça capturada tiver sido retirada do tabuleiro e o jogador, após colocar a sua própria peça na nova casa, tiver soltado da mão a peça capturada.
6.7 a. Durante a partida cada jogador, depois de fazer seu lance no tabuleiro, deverá parar seu próprio relógio e acionar o relógio de seu oponente ...
6.7b O jogador deve parar seu relógio com a mesma mão com que executou seu lance...
É assim que agem os mestres quando executam um lance que envolva captura de peça.
Não está dito, nem subentendido em nenhuma hipótese, que o jogador pode acionar o relógio com a peça capturada nem mesmo com um martelo!
E qualquer jogador, que tenha um mínimo de bom senso, sabe que bater com a peça no relógio estará danificando um deles ou ambos.
Maus hábitos da espécie são praticados pelos que gostam de levar vantagem em tudo, chavão que originou a Lei de Gerson (*)
Portanto, quem não seguir o ritual descrito na lei e adotar o mau hábito, como por exemplo, de bater no relógio com a
peça capturada, está sujeito a receber uma das penalidades previstas no art. 13.4 da lei do xadrez.
13. 4 O árbitro pode aplicar uma ou mais das seguintes penalidades:
a. advertência,
b. aumentar o tempo remanescente do oponente,
c. reduzir o tempo remanescente do jogador infrator,
d. declarar a perda da partida,
e. reduzir os pontos ganhos na partida pelo jogador infrator,
f. aumentar os pontos ganhos na partida pelo oponente até o máximo possível para aquela partida,
g. expulsão do evento.
(*) Na cultura brasileira a Lei de Gérson é um princípio em que determinada pessoa age de forma a obter vantagem em tudo que faz, no sentido negativo de se aproveitar de todas as situações em benefício próprio, sem se importar com questões éticas ou morais.